Texto: Adeilson Oliveira
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva anunciou nesta semana um indulto natalino marcado pela sensibilidade e pela humanidade, beneficiando grupos historicamente marginalizados e vulneráveis. Entre os contemplados estão presidiários diagnosticados com HIV e câncer em estágio terminal, mães de crianças pequenas e gestantes encarceradas. A medida reflete o compromisso do governo com a dignidade humana, priorizando aqueles que enfrentam condições extremas de vulnerabilidade dentro do sistema prisional.
Essa decisão, contudo, foi tomada com responsabilidade e critério. Lula excluiu do indulto figuras que atentaram contra o Estado Democrático de Direito durante os atos terroristas de 8 de janeiro, bem como líderes de facções criminosas e presos condenados por crimes sexuais. Esses grupos, que representam uma ameaça direta à sociedade e ao funcionamento das instituições, não podem ser tratados com a mesma benevolência destinada a quem merece uma chance de reconstruir a vida.
A reação de Michelle Bolsonaro, que usou as redes sociais para criticar a medida e chamar Lula de "coração de pedra", revela mais sobre o uso político do tema do que sobre a realidade do indulto. É importante lembrar que o governo Bolsonaro adotou um discurso punitivista que pouco ou nada fez para enfrentar as condições degradantes do sistema prisional brasileiro. Enquanto isso, a gestão atual busca equilibrar justiça e humanidade, promovendo a reintegração social de grupos vulneráveis sem abrir mão da segurança pública.
A exclusão dos terroristas de 8 de janeiro é particularmente simbólica, reafirmando que atos contra a democracia não terão complacência. Lula demonstra que o perdão deve ser um ato que beneficia quem merece e não uma carta branca para quem despreza as instituições e o Estado de Direito.
Esse indulto é, antes de tudo, um gesto de humanidade e responsabilidade, alinhado com os valores democráticos e sociais que o Brasil tanto precisa reafirmar. Lula está construindo um país onde justiça e compaixão caminham lado a lado, deixando claro que não há espaço para o ódio, o autoritarismo e o desrespeito às leis.